As situações que mais nos incomodam são aquelas que mais perceptivelmente nos levam para uma renovação, mas não são as únicas.
Temos a tendência a achar que só o desconforto nos leva às mudanças. Mas tem coisas muito poderosas que nos impulsionam nessa direção.
Eu mesma experimentei uma mudança muito significativa na minha vida quando me tornei mãe. E foi maravilhoso! Deu trabalho, lógico! E vale cada dia. Cada dia exigiu de mim uma renovação. Aprendi a ver a vida com outros olhos, já que incluía a responsabilidade pela vida de outro ser no meu próprio corpo, que se adaptava a cada mudança, intensamente. E com o nascimento, minha rotina, meus hábitos, e uma atualização de sentimentos e pensamentos foram ocorrendo para que a mãe em mim se formasse. E aquela criança se transformando em adolescente, em jovem … tudo convocava em mim uma renovação, um novo olhar para a vida, para a atualidade, para o mundo. Me renovar era imperativo para acompanhar aquele desenvolvimento. E seguir no meu próprio.
Fatores
A gratidão também nos leva a olhar para a vida com novos olhos. Ela nos leva a encontrar nos desafios, as oportunidades e reconhecer que as coisas acontecem sincronizadas e que nada é desperdiçado. Por isso temos que levar mais à sério essa questão da reciclagem, de renovar o material usado.
E essa mudança de atitude interna nos mantém mais criativas, nos leva a estar mais presentes e reconsiderar nossas necessidades atuais.
Estimular a renovação em si também leva a uma transformação maior no ambiente em que nos encontramos. E por isso pode provocar resistência dos que estão ao nosso redor. Nossa mudança impulsiona o outro a mudar. E tem uns que acham isso mais fácil, outros mais difícil, uns que estão mais dispostos agora, outros menos dispostos, e há uma série de coisas para se ajeitar na convivência quando uma coisa dessas é ativada dentro de nós.
E existe alguma chance de haver um estranhamento, e talvez até um desconforto com a nova resposta, e com alguma tolerância e persistência é possível reencontrar um lugar melhor dentro de cada um para partilhar.
No estreitamento da convivência – principalmente em tempos de isolamento social – podemos nos deparar com tudo isso de maneira mais concentrada, porque estamos em pequenos grupos e aquilo que se renovava mais dinamicamente, com todos os estímulos externos, agora exige mais consciência. Parece que antes o impulso da mudança vinha mais de fora, e agora pode ser mais de dentro, como uma escolha.
E isso, por si só, já se manifesta como uma renovação em si mesmo.
E para mostrar algo novo para o outro também é preciso lançar um novo olhar para si próprio. E nem sempre temos confiança de que isso nos levará a nos ver melhor. O medo de que algo assustador em nós possa se revelar, ameniza nosso ímpeto para essa renovação. Mas porque a vida se faz em movimentos, estamos sempre nos renovando, e assumir este ponto de partida pode ser fortalecedor.
Reconheça os movimentos que vida estimula em você. Permita-se novas visões do lugar onde está, dentro e fora.
Renova-te.
Olivia Gonzalez
Aconselhadora biográfica, terapeuta corporal, astróloga